3a Coluna-Chaves No Sbt-Especial com Entrevista Com Professor Girafales Do Forum Único Chespirito by ThomasCh
1-qual seu nome verdadeiro?
Professor Girafales:Daniel Fagundes Ferreira
2-torce para qual time?
pg:Palmeiras
3-nasceu e mora aonde?
pg:28 de novembro de 1998 moro em juiz de fora
4-em qual tv voce gosta mais de assistir ch?
pg:Com certeza a tv alterosa e o cartoon network
5-qual seu episodio favorito ch?
pg:Vamos todas para acapulco os hospedes do senhor barriga branca de neve e isto é um hotel ou um manicomio
6-qual seu episodio favorito do chaves?
pg:Vamos todas para acapulco e os hospedes do senhor barriga
7-qual seu episodio favorito de chapolin?
pg:Branca de Neve
8-qual seu lote preferido de dublagens ch de chaves e chapolin?
pg:Ah gosto de todos
9-qual seu personagem favorito ch?
pg:Pancada Bonaparte doutor chapatin e pancada
10-qual seu personagem favorito de chaves?
pg:seu madruga
11-qual seu personagem favorito de chapolin?
pg:Super San
12-recemente vc criou um forum do estudio vto de dublagem no qual sou moderador global,vc ficou feliz em ter criado ele?
pg:Super feliz amei
13-o que vc acha da dublagem gabia para os episodios ch?
pg:Ah mais ou menos
14-qual ator vc gostaria de conhecer se vc podesse voltar no tempo?
pg:Ramon Valdez e Raul padilha
15-qual ator vivo vc gostaria de conhecer?
pg:Chespirito,Maria antonieta e ruben aguirre
16-quando vc teve a ideia de dublar episodios ineditos ch?
pg:Ah desde o começo do ano passado
17-uma ultima palavra,e o que achou da entrevista?
pg:Amei a entrevista e parabens ao blog
Começando a coluna propiamente dita depois da entrevista do mestre linguiça ,agora vou falar sobre os lotes de 1984 e 1988 de chaves vai a lista dos episodios dos lotes de 1984 e 1988 de chaves:
Lote de 1984
1 – Caçando lagartixas
2 – Seu Madruga sapateiro parte 1 1ª versão (sem a Chiquinha)
3 – Chompiras: assaltam o bar / Chaves: Seu Madruga é leiteiro
4 – Os refrescos do Chaves 1ª versão (sem a Chiquinha)
5 – O ano novo na casa do Seu Madruga
6 – Chompiras: Os ladrões querem abrir a janela / Chaves: Seu Madruga é carpinteiro 2ª versão (sem a Chiquinha)
7 – O álbum de fotografias 1ª versão (sem a Chiquinha)
8 – O Kiko doente 1ª versão (sem a Chiquinha)
9 – Perderam o dia de aula
10 – A máquina de lavar 2ª versão
11 – A falta de água na vila 2ª versão
12 – Seu Madruga é fotografo parte 1
13 – Chaves vai pedir emprego no restaurante
14 – Aula de aritmética e geometria
15 – Chiquinha conta história de fantasmas
16 – Aula de recuperação
17 – O ano novo 2ª versão
18 – O kiko doente 2ª versão
19 – Seu Madruga é barbeiro
20 – A briga de quem é o varal
21 – A catapora
22 – Os insetos do Chaves 1ª versão (com o Kiko)
23 – O frango de Dona Clotilde
24 – Tocando violão
25 – A nova vizinha 2ª versão
26 – A insônia do Seu Madruga 1ª versão (sem a Chiquinha)
27 – Seu Madruga apaixonado
28 – Limpe o chão do pátio
29 – Querem dar banho no Chaves 3ª versão (sem o Kiko e o Seu Madruga)
30 – O gol de Dona Florinda
31 – Cyrano e os mosqueteiros / Chaves: Ama teu inimigo 1ª versão (sem a Chiquinha)
32 – O dia internacional da mulher
33 – Brincando de atropelamento
34 – Com spray de barbas fazem tortinhas de merengue 1ª versão (com o Kiko)
35 – O tecido
36 – O choque
37 – Os refrescos do Chaves parte 1 2ª versão (com a Chiquinha)
38 – É proibido animais 2ª versão (com a Chiquinha)
39 – Chiquinha volta de viagem 2ª versão
40 – Ajudem a cruz vermelha 1ª versão (sem a Chiquinha)
41 – Seu Madruga pinta os móveis parte 2 2ª versão
42 – Ajudar a cruz vermelha 2ª versão ( com a Dona Neves)
43 – Regando plantas
44 – As bombinhas
45 – Querem dar banho no Chaves 1ª versão (com o kiko e o Seu Madruga)
46 – Os ratos no restaurante parte 1
47 – Os ratos no restaurante parte 2
48 – Querem dar leite para os gatos que nasceram parte 3
49 – O bolo para o Professor
50 – O parque de diversões
51 – O sonho do Chaves e Chiquinha
52 – O calo
53 – A máquina de lavar 1ª versão (com o Kiko e o Seu Madruga)
54 – Somos cafonas sim 2ª versão (com a Chiquinha)
55 – O desjejum do Chaves parte 2
56 – A festa da boa vizinhança parte 3
57 – Amarelinhas e balões
58 – Martelando os dedos
59 – As crianças entram na casa da bruxa
60 – O aniversário do Seu Madruga
61 – A fonte dos desejos
62 – O carro do Seu Barriga quebrou
63 – Chaves vende jornais
64 – A loucura do Chaves
65 – A calça do tio Jacinto
66 – A estréia de Dona Neves e Jaiminho
67 – Dona Neves faz grave no restaurante
68 – O bilhete de loteria
69 – Os algodões doces
70 – Seu Madruga ensinando o Chaves a lutar boxe
71 – Bilhetes trocados
72 – Dona Clotilde convida Chiquinha para almoçar
73 – O Kiko preso na caixa
74 – As panquecas da Dona Clotilde
75 – Os churros de Dona Florinda parte 3
76 – Os chifrinhos de nozes
77 – O fantasma do Seu Barriga
78 – Os doláres
79 – Seu Madruga é fotografo parte 2
80 – A chirimóia
No natal:
81. A vizinhança vai para a casa do Seu Barriga parte 1
82. A vizinhança vai para a casa do Seu Barriga parte 2
83. O natal parte 3
84. A vizinhança de volta a vila parte 4
Lote de 1988
1 – O homem que vende roupa velha parte 1 (primeira versão sem a Chiquinha) – 07 de março de 1988
2 – O homem que vende roupa velha parte 2 (primeira versão sem a Chiquinha) – 09 de março de 1988
3 – Os mistérios dos pratos que desaparecem parte 1 – 11 de março de 1988
4 – Os mistérios dos pratos que desaparecem parte 2 – 14 de março de 1988
5 – Os ladrões assaltam a casa da velha / Jogando beisebol – 16 de março de 1988
6 – O mendigo da praça / O homem da roupa velha / O dinheiro perdido – 18 de março de 1988
7 – A falta de água na vila (primeira versão sem a Chiquinha) – 21 de março de 1988
8 – Favores a Seu Madruga / Seu Madruga apaixonado – 23 de março de 1988
9 – Dr Chapatin e o homem com indigestão / A nova vizinha – 25 de março de 1988
10 – Chespirito é mordomo / Seu Madruga pintor (primeira versão) – 28 de março de 1988
11 – Os ladrões e a vovó policial / Barquinho de papel (primeira versão) – 30 de março de 1988
12 – O disco voador do Kiko (primeira versão sem a Chiquinha) – 1 de abril de 1988
13 – A viagem para Acapulco parte 1 – 4 de abril de 1988
14 – O aniversário do Kiko – 6 de abril de 1988
15 – O gato atropelado parte – 8 de abril de 1988
16 – O tribunal parte 2 – 11 de abril de 1988
17 – Dia da independência (primeira versão sem a Chiquinha) – 13 de abril de 1988
18 – O sobrinho da Bruxa do 71(primeira versão sem a Chiquinha) – 15 de abril de 1988
19 – O ratinho do Kiko – 18 de abril de 1988
20 – Caçando churruminos – 20 de abril de 1988
21 – O belo adormecido – 22 de abril de 1988
22 – O cofrinho – 25 de abril de 1988
23 – Todos chorando na vila – 27 de abril de 1988
24 – O rádio do Kiko – 29 de abril de 1988
25 – Seu Madruga volta a estudar parte 1 – 2 de maio de 1988
26 – Seu Madruga volta a estudar parte 2 – 4 de maio de 1988
27 – Chaves e Kiko lavam o carro do Sr.Barriga (primeira versão sem a Chiquinha) – 6 de maio de 1988
28 – Não sujar a roupa do Kiko (primeira versão) / O marinheiro enjoado – 9 de maio de 1988
29 – Os balões levam o Chaves / Don Quixote / Precisa de emprego – 11 de maio de 1988
30 – Os ladrões roubam o carrinho de sorvete / O bolo da Dona Clotilde – 13 de maio de 1988
31 – A festinha na vila – 16 de maio de 1988
32 – O primo do Seu Madruga – 18 de maio de 1988
33 – O chiclete grudou no chapéu – 20 de maio de 1988
34 – O homem que vende roupa velha parte 3 (primeira versão sem a Chiquinha) – 23 de maio de 1988
35 – Os toreadores (primeira versão) – 25 de maio de 1988
36- Os ladrões assaltam o homem / As crianças brincam de orquestra – 27 de maio de 1988
37 – A pichorra – 30 de maio de 1988
38 – Os recados trocados(primeira versão sem a Chiquinha) – 1 de junho de 1988
39 – Isto merece um prêmio – 3 de junho de 1988
40 – As gravatas do Seu Madruga – 6 de junho de 1988
41 – Não deixam o Professor falar na aula – 8 de junho de 1988
Vamos Começar hoje a serie de scripts de chaves de episodios dublados depois é do chapolin,vai abaixo o primeiro roteiro:
Chaves-A Pichorra
O episódio começa mostrando Chaves e Quico, que estão na porta da casa do Seu Madruga, colando papel com goma numa pichorra – um objeto feito, se não me engano, de madeira e carregado com frutas, que pode ter diversas formas e é utilizado numa tradição mexicana, que é a festa da amizade, onde se quebra a pichorra com um porrete e de olhos vendados – enquanto Seu Madruga observa. A vila está toda enfeitada, cheia de balões e fitas coloridas. Entra em seguida a D. Florinda, e começa a observar a decoração.
D. Florinda – (Fazendo aquela cara de pouco caso ao qual já estamos acostumados) Mas o que é isso? (Seu Madruga se aproxima, ele parece não ter notado o comentário).Quem teve essa idéia? (Nesse momento Seu Madruga se curva para pegar uma caixa de refrescos, a D. Florinda não o percebe e tromba com ele, ficando ela por cima e ele por baixo).
S. Madruga – (A D. Florinda sai de “cima” dele) Me desculpe, é que eu vim buscar essa caixa de refrescos.
D. Florinda – Ah, sim! E pode me dizer de quem foi a idéia de enfeitar o pátio como se fosse um botequim de roça? S. Madruga – Como botequim de roça? Mas a senhora está muito enganada! O cortiço está enfeitado para uma recepção. Fique sabendo que esta noite vamos fazer a festa da amizade.
D. Florinda – Claro! Mais um pretexto para a gentalha fazer bagunça.
S. Madruga – É. Mas quase todos os vizinhos botaram 20 mangos pra ajudar. Digo quase porque há por aí uma pessoa que não colocou nada! (Olhando para a D. Florinda, insinuando o óbvio).
D. Florinda – (Olhando-o irritada) O que o senhor quer dizer?
S. Madruga – A senhora também devia botar!
D. Florinda – Nem que eu fosse uma galinha! (Empurra o Seu Madruga para o lado) Sai daí! (Caminha como se fosse para casa e pára, ao ver Quico colando a Pichorra junto com o Chaves. Ela olha Quico) O que está fazendo, tesouro?
Quico – Estamos enfeitando a pichorra. Seu Madruga disse que sem pichorra não tem festa!
Chaves – E nós estamos atrasados porque deu muito trabalho conseguir o papel e a goma também.
D. Florinda – Que goma?
Chaves – (Apontando a lata de goma que está em cima da mesa) Esta aqui! Com que acha que estamos grudando os papéis?
D. Florinda – (Irritada) Não se gruda com goma, se gruda com cola!
Quico – Com cola?
D. Florinda – Sim, tesouro! E que espécie de goma estão usando?
Quico – A goma do vizinho! (Apontando provavelmente para o outro pátio) Esse vizinho, que é carpinteiro!
D. Florinda – Ah…e me diga, quem trouxe papel-da-china?
Chaves – Não, ele não foi trazido da China!
D. Florinda – Não, Chaves, eu estou falando do tipo de papel!
Quico – Está bonito, não está? É papel de lixa!
D. Florinda – De lixa?
Quico – É, é de lixa de carpinteiro! (Dublaram mal a próxima frase, em cima das risadas em off, quase não dá pra entender) E ele também nos deu a cola! (Não há certeza, é mais ou menos isso).
D. Florinda – Sim, está certo meu bem, procure não se sujar muito, viu, tesouro?
Quico – Sim, mamãezinha! (D. Florinda vai pra casa e Chaves e Quico continuam colando papel com goma e conversando) Você vai ver como essa pichorra vai ficar bonita! É melhor você olhar bem direitinho para ver como é que se faz isso!
Chaves – É, estamos caprichando! (Quico vai passar cola num pedaço de papel para colar na pichorra, mas segura o papel pelo lado errado, e acaba colando o papel na mão esquerda, tenta soltar usando a mão direita e cola o papel na direita, tenta soltar da direita e não consegue. Nesse momento Seu Madruga sai de casa e fica observando a cena. Quico tenta novamente soltar o papel, agora ele vai usar a mão esquerda para tirar o papel da direita, o papel cola novamente na mão esquerda, Quico fica debatendo a mão, tentando soltar).
Chaves – Puxa, mas como você é burro, Quico!
Quico – O que! (Chaves tira o papel e ele fica colado na sua mão direita, então tenta descolar usando a mão esquerda, o papel fica colado na mão esquerda e ele debate a mão, tentando soltar).
S. Madruga – Francamente! Francamente! (Tira o papel da mão do Chaves e o papel cola em sua mão, debate a mão para soltar o papel) Eu não disse a vocês que… (percebe que o papel ficou grudado em sua mão) eu não disse que… (continua tentando soltar o papel, sem sucesso, esconde a mão colada nas costas e disfarça) ora, por que não estão trabalhando? Lembrem-se de que sem pichorra não tem festa! (Ainda tentando soltar o papel)
Quico – Ai, já são quarenta vezes que diz a mesma coisa! (Chaves concorda)
S. Madruga – Eu disse e vou repetir: sem pichorra não tem festa!
Chaves – Quarenta e uma!
S. Madruga – (Encarando o Chaves) O que?
Chaves – Quarenta e uma vezes que diz a mesma coisa!
S. Madruga – Eu só não te dou uma porque…(percebe que está ameaçando o Chaves usando a mão onde está colado o papel, esconde-a rapidamente e ameaça com a outra) eu só não te dou uma porque… (irritado com o papel colado) mas aonde foi que vocês arrumaram esta goma?!
Chaves – Foi com o vizinho arábico!
S. Madruga – Quem?
Chaves – É, é o carpinteiro que mora no 39!
Quico – É, a gente estava sem grude, e o carpinteiro nos deu sua goma!
S. Madruga – Ah, que bom! E por que não aproveita para grudar sua boca?
Quico – Bom, é que…
S. Madruga – Calem-se, calem-se, continuem trabalhando! Eu vou ver se desgrudo! (Vai pra casa) (Chaves começa a rir)
Quico – Que é? Do que tá rindo?
Chaves – É que se você colar a boca com a cola, eu quero só ver você dar risada! (Quico se irrita e acerta o seu famoso soco em Chaves)
Chaves – Agora sim eu te arrebento! (Joga o pincel em Quico, o bochechudo se abaixa e o pincel vai parar na boca do Sr. Barriga, que vinha entrando. O pançudo se aproxima de Chaves e Quico e joga a famosa pasta preta em cima da mesa)
Sr. Barriga – Tinha que ser o Chaves de novo!
Chaves – Foi sem querer querendo!
Sr. Barriga (Remedando o Chaves, o curioso é que a voz é igual a do Nhonho) – Foi sem querer querendo! Hah! Sabe onde está o Seu Madruga?
Quico – Está tirando o grude!
Sr. Barriga – Ah! (Estranha) Que?
Quico – O senhor veio cobrar o aluguel dele?
Sr. Barriga – E o que te importa?!
Quico – Boca torta! Sua mãe é uma porca! (Fala uma frase que não dá pra entender direito, algo relacionado a alguma porta, continuando a seqüência, depois fica olhando a cara do Sr. Barriga daquele jeito que conhecemos) É, não deu!
Sr. Barriga – Sai daí! (Afasta o Quico e se dirige ao Chaves) Se você vir o Seu Madruga, diga que eu voltarei daqui a pouco! (Vai para o outro pátio)
Chaves – (Enquanto o Sr. Barriga vai saindo) Sim senhor! (Seu Madruga sai de casa e se aproxima do Chaves)
S. Madruga – Me pareceu ouvir a voz do Sr. Barriga!
Chaves – Sim! Se esconda, ele foi por ali!
S. Madruga – Não, não tenho porque me esconder, diga a ele que venha, ande!
Quico – Sim Seu Madruga! (Se afasta um pouco, ficando de frente para a passagem do 2º pátio,e grita) Bolinha, por favor!!!!!!!!!!!(Seu Barriga aparece correndo e encara o Quico)
Quico – Não, não fui eu, foi o Seu Madruga!
S. Madruga – Sim, Sr. Barriga, eu o mandei chamar. (Seu Barriga e Seu Madruga se afastam do Quico) Acalme-se, Sr. Barriga, eu tenho uma notícia muito boa. É que queremos convidá-lo muito cordialmente para que venha à festa da amizade esta noite. O senhor tá convidado.
Sr. Barriga – Ah, já entendi. Quer dizer que quer me convidar para a festa da amizade, e como no ano passado eu lhe perdoei 2 meses de aluguel…
S. Madruga – Sr. Barriga! Está completamente enganado se acha que eu o convido para a festa apenas para que me perdoe 2 meses de aluguel.
Sr. Barriga – Ah, sim?
S. Madruga – Sim senhor! Este ano eu concordo com apenas 1!
Sr. Barriga – Ah, bom. (Percebe) O que?
S. Madruga – Digo, digo…
Sr. Barriga – Olhe, é melhor não dizer nada! Afinal, de toda maneira eu pretendia vir à festa e lhe perdoar os 2 meses de aluguel como no ano passado…
S. Madruga – Ah, Sr. Coração, o senhor tem uma barriga enorme!
Sr. Barriga – Obrigado…o que?!
Quico – (Para o Sr. Barriga) Mas de qualquer maneira o senhor vai ter que colaborar com 20 pau como todo mundo!
Sr. Barriga – Eu? (Seu Madruga começa a fazer com as mãos o sinal de não)
S. Madruga – Não, não…
Chaves – Não, ele que ponha 40!
S. Madruga – (se irrita) Olha, é melhor que vocês dois continuem trabalhando! (Chaves se aproxima da mesa onde está a Pichorra) Lembrem-se de que sem pichorra não tem festa! (Neste momento Seu Madruga faz aquele clássico sinal, ameaçando bater no Chaves) Eu já…(o Chaves chega pro lado, encosta na mesa e derruba a Pichorra, que cai no chão e quebra. Seu Madruga fica desesperado, ameaça bater no Chaves, Sr. Barriga fala algo para o Quico e fica a maior confusão. O Chaves se afasta dos outros 3 e entra no barril. Seu Madruga fica ameaçando bater nele e encerra-se assim o 1º bloco).
(O 2º bloco começa com a D. Clotilde pendurando uma pichorra colorida, em forma de balão, numa corda próxima ao barril do Chaves, enquanto canta uma música. Neste momento, surge da porta da vila o Seu Madruga carregando uma outra pichorra, em forma de boneco de neve. Ele entra na vila e pendura o boneco numa outra corda.)
D. Clotilde – Ouça, Madruguinha, Madruguinha…tudo pronto para a festa?
S. Madruga – Sim, veja só, tive que ir buscar mais uma pichorra (mostra o boneco à D. Clotilde) porque a outra o Chaves a quebrou antes da hora, e…
D. Clotilde – Sim, sim, já sei… (se afasta rapidamente e vai até o espaço atrás do barril do Chaves) veja, veja, veja, também comprei uma para as crianças, para que elas possam quebrá-la no outro pátio (traz a pichorra que comprou, que é dourada e esférica, com cordinhas embaixo, e mostra ao Seu Madruga) e nos deixe aqui sozinhos! S. Madruga – (Coça a bochecha) Isso é muito bom, sabe, que coincidência, eu trouxe esta pichorra também para as crianças, e…
D. Clotilde – Que bom…mas então iremos o senhor e eu para o outro pátio, quebrar a pichorrinha, hein… (bate de leve com o ombro no do Seu Madruga) Ahn? (Seu Madruga engole em seco. Neste momento surge o Chaves, vindo do outro pátio, montando o triciclo do Quico, em alta velocidade, e acerta a cabeça na pichorra em forma de boneco de neve. A D. Clotilde, nesse momento, se retira, deixando a pichorra dourada no lugar onde estava antes e indo em seguida para casa.)
S. Madruga – Tinha que ser o Chaves mesmo! Já quebrou uma pichorra, e agora quer quebrar a outra!
Chaves – É que eu não vi porque o Quico vinha me perseguindo! (Neste momento surge o Quico, correndo, e encara o Chaves)
Quico – Escuta aqui, Chaves! Quem mandou você pegar meu triciclo?!
Chaves – Você me emprestou ele!
Quico – Ah é? Eu te emprestei, é? (Quico prepara o seu já clássico soco vai-e-volta, e tenta bater no Chaves, que se abaixa, fazendo o bochechudo acertar o soco na pichorra em forma de boneco de neve) Ai, ai, ai….
S. Madruga – Tá vendo, tá vendo, tá vendo só? Vou guardar a pichorra num local seguro, antes que acabem quebrando esta também, com essa cabeça dura que vocês tem! (Faz o movimento com o braço ameaçando bater em Quico e Chaves e se afasta, levando a Pichorra para casa).
Chaves (obviamente falando com o Quico) Viu, como você é burro, você quase quebrou a pichorra! Já não te disseram muitas vezes que sem pichorra não tem festa?!
Quico – Não se preocupe, Chaves (neste momento a cena corta para o Sr. Barriga, que está entrando na vila carregando uma pichorra verde em forma de estrela) aí estão chegando mais 2 pichorras!
Sr. Barriga – (Entra na vila e deixa a pichorra em cima da mesa, enquanto isso vai falando) Como 2, Quico? Não está vendo que é apenas uma?!
Quico – É que esta aqui também parece uma pichorra!
Sr. Barriga – Claro… (olha feio para o Quico) o que?! (Neste momento o Chaves se aproxima dos dois, depois de ter pegado a pichorra dourada que a D. Clotilde havia deixado por ali)
Chaves – (Para o Quico) Dá só uma olhada! A Pichorra teve um filho!
Quico – (pegando a pichorra dourada da mão do Chaves) Olha, que engraçadinho! (Compara a pichorra dourada que está em suas mãos com a verde que o Sr. Barriga deixou em cima da mesa, e com a pança do Sr. Barriga) Ela parece mais com a mamãe do que com o papai!
Chaves – Não seja burro, Quico! O Sr. Barriga não é pichorra!
Sr. Barriga – Obrigado, Chaves.
Chaves – Parece , mas não é!
Sr. Barriga – Que?
Chaves – É que o Quico fica tirando sarro da sua pança! (Para o Quico) E além disso, as pichorras estão cheias de frutas e não de gordura! (Sr. Barriga se irrita e leva as mãos à cabeça) E além disso…
Sr. Barriga – Cale-se! (Vira-se para o Quico) E você também, cale-se!
Quico – MAMÃE!
Sr. Barriga- Cale-se! Cale-se! (Seu Madruga sai de sua casa)
S. Madruga – Mas o que houve? Eu espero que não tenham quebrado outra pichorra… (D. Florinda sai de casa e vai para perto do Quico)
D. Florinda – O que houve? O que está havendo?
Quico – Ele me assustou, mamãe!
D. Florinda – Uh! Também com essa cara não é para menos! (Acerta um tabefe no S. Madruga) Vamos Quico! Não se junte a essa gentalha!
Quico – Sim, mamãe! Gentalha, gentalha! Pflrufuflfl! (Faz aqueles movimentos famosos com as mãos no peito do S. Madruga e sai. S. Madruga joga o boné no chão e pisa no mesmo, na cena clássica de praticamente todos os episódios).
Sr. Barriga – Acalme-se, Seu Madruga, acalme-se! Calma, calma, calma! Acalme-se! Pegue seu chapéu! (S. Madruga pega o boné do chão) Eu compreendo seu temor, sua coragem, sua fibra, mas quem assustou o Quico fui eu.
S. Madruga – Bem, isso já parece mais lógico!
Sr. Barriga – O QUE?
S. Madruga – Digo, digo…como foi que o assustou, Sr. Barriga? Com um grito?
Sr. Barriga – Sim, com um grito de raiva. Mas também, eles passaram o tempo todo me comparando com uma pichorra!
S. Madruga – Como? Compararam o senhor com uma pichorra? (Começa a falar com a pichorra verde em cima da mesa, como que confundindo-a com o Sr. Barriga) O senhor, que é uma pessoa digna de todo o desrespeito do mundo! (Percebe a gafe e vira-se para o Sr. Barriga, que nem percebe que S. Madruga falava com a pichorra) O senhor, que nunca se negou a compartilhar o pão com os pobres!
Sr. Barriga – Ora, Seu Madruga, não diga isso, não diga isso por favor. Eu já disse muitas vezes ao senhor que também já fui pobre, e que nasci numa casinha deste cortiço.
S. Madruga – É, o senhor já tinha me dito. Mas me diga, Sr. Barriga, em que casebre nasceu?
Sr. Barriga – Num que não existe mais, desmoronou.
Chaves – Não agüentou o peso?
Sr. Barriga – Não, imagine… (percebe e encara o Chaves) Cale-se Chaves!
S. Madruga – Vai brincar no outro pátio, vai, Chaves!
Sr. Barriga – Sai daqui Chaves! (Chaves sai) Anda logo! Vai, Chaves! Chaves, tinha que ser!
S. Madruga – Não ligue para esses moleques! Da minha parte, eu sempre o citei como um exemplo, Sr. Barriga! Sr. Barriga – Ah, deixa pra lá Seu Madruga…
S. Madruga – Não, é verdade! Eu sempre digo a todos: olhem como acumulou barriga o Sr. Fortuna! Olhem como é enorme a barriga do Sr. Fortuna!
Sr. Barriga – O que?
S. Madruga – Digo, digo…que bom que veio à festa, Sr. Barriga!
Sr. Barriga – É, e ano passado eu acho que cheguei tão cedo que fui eu que varri isto aqui!
S. Madruga – (Coloca a vassoura na mão do Sr. Barriga) Já que o senhor insiste…eu não vou demorar nada, pode começar a varrer! (Seu Madruga sai. Sr. Barriga, sem outra saída, começa a varrer. Enquanto isso, do outro pátio, surge o Chaves, carregando a pichorra dourada nas mãos. Num ato inexplicável, Chaves se aproxima do Sr. Barriga, pega a corda da pichorra e começa a girá-la acima da cabeça, num movimento idêntico àquele realizado no episódio em que Chapolin ajuda Ramon Valdez a escapar da cadeia. Chaves gira a pichorra aproximando a ponta da cabeça do Sr. Barriga. Em dado momento, a pichorra acerta alguma coisa, e a câmera fozaliza o Quico enforcado pela corda da pichorra. Acaba o 2º bloco.)
(O 3º bloco começa com o Quico chorando, enquanto a corda da pichorra é retirada de seu pescoço pelo Seu Madruga).
S. Madruga – Pronto, pronto, pronto. Vai, vai, vai… (dá tapinhas de leve no ombro do Quico, consolando-o) E você, Chaves, vê se da próxima vez faz a mesma coisa para o Quico, mas com uma corrente de bicicleta!
Chaves – Sim! Mas onde é que eu vou arrumar uma corrente de bicicleta?!
S. Madruga – (Avança para cima do Chaves, encarando-o) Francamente! Francamente! Desapareça daqui! (Chaves sai correndo). Pronto, pronto, Quico…(continua a dar tapinhas de leve no ombro do Quico, consolando-o. Nesse momento chega a D. Florinda)
D. Florinda – Mas o que foi agora?!
Quico – Me enforcou com a corda da pichorrinha, mamãe!
D. Florinda – Uh…muito bonito, não é? (Arregaça a manga para bater no Seu Madruga, ela tenta dar um tapa no velho Madruga com a mão direita, ele se abaixa e se levanta em seguida, ela o acerta com a mão esquerda e ele se vira com o tapa, acertando o Sr. Barriga com a pichorra. Seu Madruga larga a pichorra no chão e o Sr. Barriga fica gemendo de dor)
D. Florinda – Vamos, tesouro! Não se misture com essa gentalha!
Quico – Sim, mamãe! (Passa pelo S. Madruga e se dirige ao Sr. Barriga) Gentalha, gentalha! (Percebe a mancada) Ai, me desculpe Sr. Barriga…(vira-se para o Seu Madruga) Gentalha, gentalha! (Quico sai. S. Madruga joga o chapéu no chão e pisa em cima, Sr. Barriga faz o mesmo com a vassoura com que varria o pátio).
S. Madruga – Ai, Sr. Barriga, Sr. Barriga…
Sr. Barriga – É, tem razão…
S. Madruga – Não se pode…ah, já que o senhor tem aí, me vê um cigarrinho… (Sr. Barriga faz aquela cara de quem diz “mas que sujeito abusado!”)
Sr. Barriga – Ah, está bem, pegue aqui (abre a caixa para o Seu Madruga pegar um cigarro, o Seu Madruga pega a caixa, abre, pega um cigarro e guarda a caixa no bolso)
S. Madruga – Muito obrigado (põe o cigarro na boca) E olhe que eu estou pensando em largar… (Sr. Barriga acende o cigarro do Seu Madruga usando um isqueiro) Ah, muito obrigado, Sr. Barriga (Seu Madruga vai saindo, Sr. Barriga vai atrás dele e o cutuca)
Sr. Barriga – Ei, o maço de cigarros é meu.
S. Madruga – Seu?
Sr. Barriga – É meu, não me leve a mal…
S. Madruga – (Indo em direção à sua casa) Não, não o levo a mal, claro…(entra em casa e o Sr. Barriga fica irritado, fazendo aquelas caras e bocas que só ele sabe fazer).
(Troca de cena. A Brux…digo, a Dona Clotilde está de pé no meio do pátio. Quico e Chaves estão agachados, cada um de um lado da velha, colando papel com goma em outras pichorras.)
D. Clotilde – E bem depressa hein? Ainda temos muito a fazer e…e os convidados não demoram a chegar!
Chaves – Sim.
D. Clotilde – Eu vou continuar preparando o poncho. E quando acabar, não quero ver nenhum lixo no chão! (Quico se levanta)
Quico – E então onde a senhora quer que eu fique?!
D. Clotilde – Ai, já vi gente cretina, mas como esse…esse é antológico! (Quico a olha com cara de bobo) Eu estou me referindo à sujeira, seu moleque! (Ela vai saindo, indo em direção a sua casa) Ponha essas porcarias sobre a mesa!
Quico – Ah, bom, se é assim, sim! (O Chaves também fica de pé, de frente para o Quico. Quico fala com ele) Anda, vê se trabalha, não seja vagabundo! (Começa a varrer o pátio)
Chaves – E o que é que eu tô fazendo, burro?
Quico – Ah, pois então vai logo! (Chaves se abaixa para catar um papel, antes de pegar o papel ele se levanta) Chaves – (Para o Quico) Quem tá vagabundeando é o outro, seu idiota! (Se abaixa de novo e se levanta outra vez, sem pegar o papel) Eu sim fico aqui trabalhando! (Ele se abaixa de novo, Quico faz aquela cara de bravo dele e para de varrer, fica segurando a vassoura com as duas mãos, enquanto o Chaves se levanta mais uma vez) Porque quando me mandam trabalhar eu começo a trabalhar imediatamente, porque obedeço aquilo que me mandam! (Se abaixa outra vez e, antes de pegar o papel, se levanta de novo) Porque quando…
Quico – Ai, cale-se, cale-se, cale-se, você me deixa louco! (D. Florinda sai de casa e se aproxima)
D. Florinda – Mas o que aconteceu, tesouro?
Quico – Ah, nada, eu só disse pro Chaves que tinha que colocar todo o lixo na mesa!
D. Florinda – Ah, eu te ajudo… (ela pega o Chaves pelo suspensório, levanta-o e coloca-o em cima da mesa) E se precisar de ajuda é só me avisar, viu, meu bem? (ela sai e entra em casa. Chaves vai descer da mesa, pega a Pichorra e os dois caem no chão. Seu Madruga chega, desesperado)
S. Madruga – Mas o que foi? O que aconteceu? O que é isso? (Quico joga a vassoura no chão, já desanimado. Sr. Barriga chega também)
Sr. Barriga – Mas o que aconteceu?
Quico – E o Chaves…quebrou…quebrou a esposa do Sr. Barriga!
Sr. Barriga – Huh? (Faz cara de bravo por alguns instantes e suspira, depois fala com o Seu Madruga) O senhor tinha outra pichorra na sua casa, não é mesmo, Senhor Madruga?
S. Madruga – (Fazendo aquela cara do tipo “já que não tem mais jeito mesmo…”) Sim, Sr. Barriga.
Sr. Barriga – Ah, eu vou buscá-la…(vai para a casa do Seu Madruga. O Seu Madruga fica olhando a pichorra quebrada e de repente olha para os meninos)
S. Madruga – Desapareçam daqui! Desinfetem! (Quico e Chaves ficam com medo e se afastam, indo para perto do Barril do Chaves. Seu Madruga pega uma cadeira e coloca no meio do pátio) Realmente vocês só nasceram pra fazer diabruras! (Sobe na cadeira e começa a mexer numa corda, presa ao teto da vila. Chaves se aproxima dele) Chaves – Não, não!
S. Madruga – Não o que?
Chaves – Eu juro que não vou quebrar mais nenhuma pichorra, mas não faça isso, não…
S. Madruga – Não faça o que? (Mexendo na ponta da corda)
Chaves – Não vá suicidar!
S. Madruga – (Fazendo gestos de raiva, com os punhos fechados) Francamente…francamente! Estou experimentando a corda (Começa a puxar a corda com força) pra ver se agüenta o peso da pichorra!
Chaves – Ah… (Seu Madruga sobe na corda, suspendendo os pés, e balança ambos no ar)
S. Madruga – Tá vendo? (Volta a apoiar os pés na cadeira) Tá vendo? A pichorra pesa tanto quanto eu!
Quico – Nós vamos pendurar a pequeninha? (Mostra a pichorra pequeninha e dourada que está segurando. Sr Barriga chega, carregando uma pichorra verde, igual à que foi comparada com ele no bloco anterior)
Sr. Barriga – Não, esta aqui…olha, Seu Madruga (entrega a pichorra verde ao Seu Madruga).
Quico – Ah, bom, então é melhor que o Sr. Barriga suba na corda pra ver se ela agüenta o peso da pichorra! (Sr. Barriga faz cara de bravo).
Chaves – Não seja tonto, Quico! (Enquanto ele fala, Seu Madruga está prendendo a pichorra na corda) Nem que a pichorra tivesse duas toneladas de frutas! (D. Clotilde aparece correndo, trazendo na mão um pedaço de madeira)
D. Clotilde – Seu Madruga, está bom esse porrete aqui para quebrarmos a Pichorra? (Chaves tira o porrete da mão da velha)
Chaves – Zaça, zaça, aí eu pego o porrete, e aí eu quebro a pichorra… (segura o porrete com as duas mãos, parecendo que vai acertar a pichorra)
Sr. Barriga – Espere, espere, espere, Chaves, não é nada disso! (Se aproxima do Chaves e fica entre o garoto e a pichorra) Você tem que esperar todos os convidados chegarem para poder malhar a pichorra! (Enquanto tudo isso acontece, Seu Madruga termina de prender a pichorra e desce da cadeira. Em seguida fica ajeitando a pichorra) Chaves – Pois então que cheguem logo todos os convidados, não é? (Se vira para o Quico) Quico, chama a sua mãe para vir ver quebrar a pichorra!
Quico – Ai, é verdade…(grita) MAMÃE! (D. Florinda sai de casa e nem pergunta nada ao Quico, vai logo dando um tabefe no velho Madruga).
D. Florinda – O que é que ele fez?
Quico – Nada, mamãe…(D. Florinda fica sem graça e vai saindo disfarçadamente, ela vai para perto do Quico.) S. Madruga – Ai…só nos falta que o Chaves quebre a pichorra!
Chaves – Vou ver se eu consigo! (Pega o porrete e aponta-o para a pichorra)
Sr. Barriga – Não, não…(é tarde demais, no momento em que ele fala, Chaves dá uma bela porretada na Pichorra. Esta cai no chão, quebrada. Comoção e desespero geral, Seu Madruga se aproxima da Pichorra com as duas mãos na cabeça. A câmera focaliza a Pichorra quebrada. Acaba o 3º bloco.)
(O 4º bloco começa com a festa da pichorra já começada. O pátio está cheio de gente, o falatório é muito grande. Primeiro a câmera mostra D. Clotilde, D. Florinda e Seu Madruga conversando. Dali a pouco passam correndo Chaves e Quico, Chaves segura o porrete na mão e fica acertando as várias bolas de encher que enfeitam a vila.Quico fica correndo, como se tentasse fugir dele. Depois a câmera volta para a brux…digo, a D. Clotilde, o Seu Madruga e a D. Florinda.)
D. Clotilde – Vamos, Florinda, anime-se! (Um casal passa pela frente da câmera, que focaliza em seguida a entrada da vila. Surge então o Sr. Barriga, carregando uma pichorra em forma de boneco de neve.)
Sr. Barriga – Muito bem, muito bem meus amigos…(todos olham para ele) A pichorra! (Mostra a pichorra. Todos se animam e fazem um círculo em volta do Sr. Barriga, todos estão animados e o falatório continua, os figurantes falam MUITO alto.)
D. Clotilde – Não, não, esperem, um momento, um momento por favor! Que tal se antes de quebrarmos a pichorra, colocarmos um disco na vitrola e dançamos um pouquinho? (Fica meio que se insinuando para o Seu Madruga)
Chaves, Quico e mais algumas pessoas – Não…
D. Clotilde – Apenas um pouquinho…
Chaves, Quico e mais algumas pessoas – Não…
D. Clotilde – E se nós apenas…
Chaves, Quico e mais algumas pessoas – Não…
D. Clotilde – E se…
Chaves, Quico e mais algumas pessoas – Não… (Ela vira a cabeça como se fosse falar)
D. Clotilde – … Chaves, Quico e mais algumas pessoas – Não…
D. Clotilde – … Chaves, Quico e mais algumas pessoas – Não… (Ela se irrita e sai.)
D. Florinda – Eu proponho que… (Seu Madruga faz pouco caso. D. Florinda fica irritada, ele recua rapidamente)
D. Florinda – Eu gostaria de propor que começássemos quebrando a pichorra! (Todos concordam) E o primeiro vai ser o Quico! (Quico comemora, enquanto todos em volta continuam o falatório, meio que zombando dele, emitindo um som como “ah”, meio desdenhoso, talvez por isso ele fique desanimado).
S. Madruga – E eu pergunto por que exatamente o Quico tem que ser o primeiro!
D. Florinda – Porque eu quero!
S. Madruga – Por isso eu digo que o primeiro vai ser o Quico! (Acredito que seja isso. A dublagem ficou horrorosa, há muitas vozes na cena e é impossível escutar o que o velho Madruga quer realmente dizer. A câmera muda a tomada, passando a focaliza de longe. Da esquerda para a direita: Sr. Barriga, Quico, Chaves, Seu Madruga e D. Florinda. Chaves começa a balançar os pés para frente e para trás, naquele movimento que sempre faz ao dizer ‘zás’.)
Chaves – Zás, e depois do Quico é a minha vez, é?
S. Madruga – É, mas primeiro temos que arrumar um lencinho para vendar os olhos (D. Florinda fala ao mesmo tempo que o velho Madruga)
D. Florinda – Sim, Chaves, mas só depois do Quico.
Chaves – Então vai o Quico e depois vou eu!
D. Florinda – Sim, mas temos que arrumar o lenço…
S. Madruga – E temos que amarrar bem forte para que não possa ver…
Chaves – Porque se o Quico quebrar ela eu não vou poder quebrar… (Quico faz aquela cara que sempre faz quando o Chaves começa a perguntar ou afirmar a mesma coisa uma centena de vezes).
S. Madruga – Não, se a pichorra estiver quebrada não vai poder! (S. Madruga se vira para a D. Florinda enquanto o Chaves continua falando)
Chaves – Aí então se ele não quebrar eu vou poder quebrar ela… (Todo mundo perde a paciência, principalmente o Quico)
S. Madruga – Mas antes de mais nada…
Chaves – Aí se ele não quebrar…
Quico – Cale-se, cale-se, cale-se, você me deixa loooooooouco! (Sr. Barriga se aproxima e fica entre Chaves e Seu Madruga. Da esquerda para a direita: Quico, Chaves, Sr. Barriga, Seu Madruga e D. Florinda)
Sr. Barriga – Mas antes de mais nada, é preciso vendar os olhos dele! Seu Madruga, um lenço!
S. Madruga – Eu não tenho! (D. Florinda desdenha, o falatório é geral, eles falam alguma coisa mas é impossível entender direito)
Sr. Barriga – Um lenço para vendar os olhos dele! (S. Madruga pega algo e fica mostrando, não dá pra ver o que é, imagino que seja um papel higiênico ou algo assim, Sr. Barriga tira um lenço vermelho do bolso do paletó)
Sr. Barriga – Tenho de usar o meu. Venha cá, Quico, vamos vendar seus olhos!
Chaves – Agora! (Sr. Barriga fica girando o lenço, como se fosse fazer um canudo com ele. Seu Madruga pega o lenço)
S. Madruga – Eu vendo ele! (Se aproxima do Quico, já tendo o lenço em mãos, ele se vira para os figurantes e diz algo inaudível, dá pra distinguir a palavra “bochechas”, e mesmo que não desse, era calculável, porque depois que ele fala, o Quico se enfeza e a D. Florinda vai para cima dele)
D. Florinda – Como se atreve a chamar o meu filho de…(não dá pra ouvir o que ela fala, imagino que seja “bochechudo”, fica o maior falatório e também uma confusão de vozes incrível, Sr. Barriga tenta acalmá-la e ela continua furiosa. Enquanto isso o Seu Madruga coloca o lenço no pescoço do Quico ao invés dos olhos, enquanto discute com D. Florinda. Esta continua argumentando com o Sr. Barriga, que permanece tentando acalmá-la, enquanto a câmera focaliza o Seu Madruga e o Quico. O velho Madruga, que continua discutindo com D. Florinda, nem percebe que o lenço está no pescoço do Quico e começa a dar um nó bem apertado, enforcando o garoto. A discussão permanece por mais uns três a quatro segundos.De repente o Sr. Barriga percebe que o S. Madruga está enforcando o Quico)
Sr. Barriga – Cuidado! (A D. Florinda olha para ele intrigada, enquanto o Seu Madruga percebe a mancada e arranca o lenço do pescoço do bochechudo, que fica arfando. D. Florinda se aproxima e começa a abaná-lo; S. Madruga faz o mesmo)
D. Florinda – Tesouro, o que é que você tem? (Quico continua arfando e um falatório enorme se forma, novamente quase não é possível entender direito o que eles dizem. Seu Madruga comenta algo do tipo “ele deve estar assim por…” e não dá pra entender o resto. Quico faz que não com o dedo, e o Sr. Barriga se aproxima dele, o segurando pela parte de trás do terno de marinheiro. O velho pançudo fala alguma coisa e o Quico responde, diz algo como “pançudo”, ambas não dá pra entender o que se diz. Todos riem na cena)
Sr. Barriga – (Fica irritado com o comentário, depois se resigna). Ele já está bem. (Pega o lenço e o desdobra para colocar nos olhos do Quico) Vamos lá, Quico. (Venda o Quico. Ao fundo se escuta a voz do Chaves dizendo “depois é a minha vez”. Todos falam ao mesmo tempo, Chaves diz “depois é a minha vez”, S. Madruga diz “vamos ver se ele consegue quebrar).
S. Madruga – Vamos, Chaves, dê o porrete pro Quico.
Chaves – Ah, sim. (Dá uma bela porretada na cabeça do Quico. Confusão armada de novo. S. Madruga e D. Florinda se desesperam com a pancada e ficam irritados com o Chaves, os figurantes todos correm para perto do Quico, e no meio da confusão a D. Florinda acerta um tabefe na cara do Seu Madruga, que fica irritado e perplexo. Ela vai saindo)
D. Florinda – Vamos Quico, não se misture com essa gentalha!
Quico – Sim, mamãe. (Ainda vendado, ele fica tateando para ver se acha o Seu Madruga. Acha) Gentalha, gentalha…prrrrrrrr! (Sai de cena, arrancando o lenço da cara. Seu Madruga joga o boné no chão. Fica uma certa confusão. O Quico fica meio de longe espiando a cena).
Seu Madruga – Agora é a vez do Chaves! (Olha o porrete) Esse porrete tá quebrado! Eu vou buscar outro! (Ele pega o porrete e sai. Sr. Barriga pega o lenço e o abre, pretendendo vendar os olhos do Chaves. Não sei o que ele fala, o Chaves em resposta aponta para os próprios olhos e as risadas de fundo ecoam)
Sr. Barriga – Vou colocar a venda nos olhos!
Chaves – Ah, sim, sim! (Deixa o Sr. Barriga colocar a venda nele. A D. Clotilde chega perto e surgem comentários dos figurantes, do tipo “ele tá vendo”, enquanto ela testa algumas vezes e pergunta se ele está vendo ou não. Ela faz uma cruz com os dedos na frente do rosto dele e pelo que entendi, pergunta a ele se é um chifre. Ele diz que não. Ela se vira para o Seu Madruga)
D. Clotilde – Ele está vendo sim!
Seu Madruga – Não, não está…
D. Clotilde – Então como ele sabe que isto não é um chifre?!
Seu Madruga – Porque a senhora já não está mais com idade de pôr chifres em ninguém! (Ela se enfeza, enquanto os figurantes riem. Depois ela sai, enquanto o Seu Madruga entrega o porrete ao Chaves e fica girando o garoto, para deixá-lo tonto. Todos se afastam, ficando mais longe do Chaves, enquanto o Seu Madruga o roda mais um pouco. Por fim, ele larga o garoto e se afasta também. O Chaves começa a andar tontamente pelo pátio, quase caindo. O moleque tenta, então, acertar a Pichorra,mas em vão. Seu Madruga quase leva um golpe, bem como o Quico e a D. Florinda, o Sr. Barriga e um figurante, mas todos se abaixam ou desviam bem à tempo. Dali a pouco, Chaves se aproxima do barril pelo lado direito, enquanto o Sr. Barriga, que estava se levantando após escapar de outro golpe, se levantava pela esquerda. Chaves então acerta uma porretada na cabeça do velho pançudo, que cai. O porrete se quebra, dá pra ver que ele é de isopor por dentro…er, isso não faz parte da cena, voltando. O Chaves se afasta devagar, recuando, enquanto os figurantes riem com a pancada. A câmera mostra o Sr. Barriga caído, e então corta para outra cena. Agora a Brux…digo, a D. Clotilde está vendando os olhos do Seu Madruga, que segura o porrete. A risada do Quico é perfeitamente distinguível. Depois de vendá-lo, ela começa a rodá-lo. O Sr. Barriga aparece com a cabeça toda enfaixada, e bate palmas junto com todos os outros. O Seu Madruga então balança o bastão, começando sua procura pela pichorra. Ele vai perguntando “tô perto” a todo instante. Então fica bem embaixo da Pichorra.)
S. Madruga – Me ajuda, gente! É para cima ou para baixo? (A D. Florinda aparece, está no alto da escada que fica logo após o portão de entrada da vila.)
D. Florinda – Para baixo! (Ela solta a corda da Pichorra, que cai bem em cima do velho Madruga. A D. Florinda desce a escada e vai para casa, enquanto todos tentam ajudar o coitado do Seu Madruga. O episódio termina.)
Tchau,Chavesmaníacos até a Proxima Coluna.
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