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Piadas de duplo sentido em Chaves e outras obras de Chespirito

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Neste texto iremos tratar sobre possíveis piadas de duplo sentido contidas em episódios das séries de Chespirito. Para nossos leitores mais exaltados, já opto por deixar uma coisa clara logo no começo do artigo: não estamos insinuando nada, nem achamos que Chespirito apela, muito pelo contrário: uma das razões do sucesso de “Chaves” é justamente não precisar utilizar piadas de duplo sentido ou mulheres para que seus programas façam sucesso. Então, a função desse texto é citar alguns exemplos, que podem ser ou não piadas de duplo sentido. Dizem que “a malícia está nos olhos de quem vê”, e tudo que faremos é citar possíveis exemplos.

Dentro do “Programa Chespirito”, sobretudo em motivo da dublagem Gota Mágica, muitos episódios contém diálogos mais adultos, principalmente os do Dr. Chapatin e do Chaveco. Mas também há exemplos na era clássica do Chaves, por exemplo, quando  o garoto do oito pergunta onde Chiquinha está. Seu Madruga responde que “está na cama com 39 [graus de temperatura, ou seja, com febre]”. Chaves, então, rebate: “cabem todos?” (assista o episódio).

Em outro episódio do Chaves, Dona Florinda se irrita porque Seu Madruga pendurou suas calças no varal. Madruga se defende revelando que suas calças foram penduradas na parte do varal correspondente à Dona Clotilde, que, em último caso, é “a única que tem o direito de tirá-las”. Clotilde, sempre tentando algo com o Madruga, faz uma cara que gostou de ouvir a frase. Madruga não dá bola para Clotilde, mas já perguntou para Glória: ”Que tal fazer um terremoto comigo?

No episódio “As bombinhas da Chiquinha”, Dona Florinda  pede ao Chaves para que limpe o pátio da vila, coincidentemente num momento em que ele estava se abaixando, e diz: “eu não quero ver nenhuma só rodinha!”. Logo depois, Chaves coloca as mãos nas nádegas e olha assustado para Florinda. É evidente o duplo sentido aí…

O episódio “Os chifres queimados do Professor Girafales” é por si só uma piada de duplo sentido: os moradores da vila confundem uma comida popular no México com uma possível traição de Professor Girafales a Dona Florinda, gerando muitas piadas engraçadas.

No episódio “O calo do Sr. Barriga”, Chaves, inocente e querendo fazer uma boa ação com o dinheiro que pensava em ganhar, garante que “vai comprar roupa nova pra todo mundo, por exemplo aquelas pobres senhoras que saem naquelas revistas que o Seu Madruga lê”.

Em outra ocasião, ele acaba falando para Dona Clotilde que “queria dar uma beliscadinha na coxinha”. Ele queria pegar um pedaço de um frango que estava na janela de Dona Clotilde, mas, após engatinhar, colocou as mãos nela quando a Bruxa acabava de se sentar.

Na versão de 1978 de “Um banho para o Chaves”, Professor Girafales disse que veio banhar a Dona Florinda. Na esquete “A bandinha na vila”, Chaves, na dublagem MAGA, disse que viu a revista Playboy de Luisa Brunet (leia mais).

Há uma piada não muito compreendida, que acredito que não se trata de besteira (embora é inevitável pensa-la), e sim, apenas ficou incompreensível mesmo:
Chaves: “Não seja burra! Acontece que na Espanha também tem meninas!”
Prof. Girafales: “Mas o que tem haver o nariz com as meninas?”
Chaves: “É que o nariz também é um buraco!” (transcrito por Riddle)

Há também as piadas onde se confundem “cola” ou “maletas” com as nádegas de algum personagem, algo que fica meio sem sentido no Brasil porque tais palavras, em português, não são sinônimos.

Uma inegável piada de duplo sentido é a seguinte:
Chaves: “Estou jogando futebol”
Chiquinha: “Eu entro!”
Chaves: “De quatro no convento!” (transcrito por Rei de Copos)

Há ainda o episódio em que os personagens tocam violão, e Florinda pensa que a conversa era sobre mulheres ao ouvir o Seu Madruga falar que prefere as [canções] velhas.

No episódio “Os bombeiros” (1975), que estreou no SBT em 2014, as crianças da vila brincam de bombeiros. Em uma cena, Chaves pergunta à Chiquinha se ela “gosta do seu corpo”, o que faz Seu Madruga pensar besteira. Chaves, em sua ingenuidade, se referia ao “corpo de bombeiros”.

No Chapolin, na primeira parte da saga do alfaiatezinho valente, um personagem pergunta:você sabe onde está o saco?”, e logo depois, para para pensar no que falou e se explica: “A bolsa de couro!!” (leia mais).

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Uma das versões do Programa Chespirito para o episódio chapolinesco “De acordo com o diabo”, o diálogo “Você poderia ter sido meu avô / Sim, mas eu não gostava da sua avó” foi substituído, na dublagem Gota Mágica, sem disfarces por “sim, mas eu nunca pensei em transar com a sua avó”. A versão também conta com a fala “orra meu, o que é isso?”, dita pela personagem Margarida (leia mais).

No episódio “O poder das estatísticas”, de 1991, há o seguinte diálogo, transcrito por Buthel:
Chaves: “Jaiminho, porque te chamam de cabeça de cebola?”
Jaiminho: “Ela diz é porque eu tenho a cabeça branca e o rabo verde, mas eu vou te explicar…”
Chaves: “Ah, mas então a culpa é toda do senhor mesmo.”
Jaiminho: “Minha, por que?”
Chaves: “Porque tudo bem verem sua cabeça, mas o seu rabo…”

Em “Seu desejo é uma ordem”, episódio do Chaveco, há o seguinte diálogo, transcrito por Chad’:
Dono do hotel: “Chaveco, você sempre deve dizer sim a todos, sempre concordar com os clientes.”
Chaveco: “Minha irmã sempre disse sim a todos e teve oito filhos…”

Uma das maiores piadas de duplo sentido das séries, curiosamente não é citada pelos fãs em rodas de conversas. No episódio “A turma do Chaveco em – O casamento”, Chimoltrúfia arma para que sua mãe tenha um caso com Chaveco. Este, precisava de uma bicicleta para entregar jornais. Quando deixam ambos a sós, cada um pensa estar falando de uma coisa (relações amorosas / bicicleta), ocasionando esta série de diálogos:

Chaveco: “posso saber o que a senhora deseja?”
– “Aaaai, pode sim. É que a Chimoltrúfia me disse que eu poderia dar o que você precisa!”
Chaveco: “A bici!”
– “O que?”
Chaveco: “Não, não, não. Antes eu preciso te dizer uma coisa: eu não estava pensando em pegá-la pra mim”
– “Ah… mas isso não tem problema, se quiser pode fazer isso…”
Chaveco: “não, não, não. Há muito tempo que eu já sou um homem honesto. E é verdade que me interessa sim, mas antes eu gostaria de saber de quem foi”.
– “Sempre sua”.
Chaveco: “Me dá sua palavra de honra?”
– “Sim”
Chaveco: “Ah, você não sabe como me faz feliz!”
– “Nisso estamos igualzinho”.
Chaveco: “Que bom. Mas antes eu preciso te confessar uma coisa: eu nunca tive uma antes”.
– “Você jura?”
Chaveco: “sim, é verdade”;
– “Mas, e a dona da farmácia?”
Chaveco: “Imagina, a dona da farmácia não sabe nem sentar em cima! E sabe de uma coisa, na verdade eu já perdi a prática. Eu nem sei se vou saber manejá-la”
– “Claro que vai saber. E mais: te garanto que vai ter nenhum problema”
Chaveco: “Que ótimo. Me diga uma coisa: ela tá nova?”
– “Bom, quase nova…”
Chaveco: “Digamos assim, de segunda mão?”
– “Mais ou menos”
Chaveco: “Tudo bem, me diga outra coisa, sabe como eu imagino ela?”
– “Aaaaaii, como?”
Chaveco: “com talas largas. Talvez precise de uma boa pintura” [ainda bem que falaram “pintura” aqui…]
– “Bom, sim, é que não tive tempo”
Chaveco: “Escuta, o assento não tá afundado não, né?!”
– “Bom, chega! Pro amor não bastam palavras. Tem que ter ação.”

Nem é preciso comentar que tal cena é quase um roteiro da “Praça é Nossa”, embora seja engraçada. PS: isso não foi uma crítica, sempre gostei da Praça.

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Então, como vimos, dizer que as séries de Chespirito não contém qualquer tipo de piada de duplo sentido é uma inverdade. Mesmo assim, ele conseguiu fazer séries de sucesso sem precisar apelar. Mesmo suas piadas mais pesadas, que são poucas, sempre são feitas de forma inocente e sem apelações.

O administrador do Fórum Chaves Fabão disse que: “Duplo sentido tem bastante, mas normalmente não é de forma maliciosa. A malícia está na forma que cada um leva a piada. Tem gente que leva tudo por trás…”. Já o moderador Chavo pensa que “O fato é que de piadinhas maliciosas CH tá cheio, mas 98% delas são implícitas. O Bolaños dosava a malícia na medida perfeita, subentendendo-a em suas várias piadas”.

Por Victor235

Leia também: Mensagens Subliminares em Chaves? Ladainha!

17 Comentários

  1. Marlon.

    Ótimo Artigo!

    • victor235

      Obrigado, Marlon.

  2. joao gabriel

    victor,otima coluna .Uma dica coloque uma observação que algumas piadas são da transcrição gota mágica!ex:essa eu não transei com sua vó no original é”eu não conhecia a sua vó(que também não deixa de ter duplo sentido) e algumas outras também

    • victor235

      Incluí. Obrigado pela nota.

  3. joao gabriel

    Victor ,espero que tenha lido minha sugestão!!!

    • victor235

      Li e aceitei ela. Estamos abertos a sugestões!

  4. Riddle

    “a dona da farmácia não sabe nem sentar em cima!” HUEHEUHEHUHEAHUEHUAEHAHUEAHUEAUHEUAHEHUEAHUEHAHUEAHUEAHUEA

  5. ESSA DO PODER DAS ESTATISTICAS, EU NUNCA PRESENCIEI ISTO NO EPISODIO, PODEM ME DIZER OS MINUTOS QUE ESSE DIALOGO E DITO?

  6. Eduardo

    Ficou faltando uma clássica: No episódio da Pichorra, não há como não ver malícia qdo a Bruxa convida Sr.Madruga pra ir sozinhos ao outro pátio pra “QUEBRAR A PICHORRINHA”… :O

  7. fabiano

    queria deixar registrado aqui, o meu elogio à quem fez este site, com certeza um dos mais completos que ja acessei, senão o o mais completo, ja estou a umas 2 horas olhando o conteudo e tem muita coisa pra ver ainda, gostei mesmo, Parabens a todos e otimo trabalho.

  8. eu

    tem um episodio q o chaves é um cara q finge ser o rei ou coisa assim e ta jogando xadrez com o cara q faz o delegado em xaveco..ae o cara pergunta: pq nao comeste a rainha?” e o chaves responde: “pq achei ela muito feia”.

  9. Ana Cláudia Marques

    Ainda sobre o episódio “De Acordo com o Diabo”, faltou mencionar quando o Fausto comenta a respeito da mulher de Mefistófeles e o coisa-ruim replica não ser casado, ouvindo em seguida o seguinte: “Então para que esses chifres?”
    E também o diálogo entre o Chapolim Colorado e a Antonieta Nieves em “O Descobrimento da Tribo Perdida” (1973), em que ela comenta aborrecida que “era melhor ter chamado o Batman” e o Chapolim manda na bucha: “Ele viajou em lua de mel com o Robin!”
    De onde se conclui que o humor de Chespirito beirava uma certa molecagem, assim como nos “Trapalhões”… 😀

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