.: Vizinhança do Chaves :. DEFINITIVAMENTE CHESPIRITO. Chaves e Chapolin

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ASSUNTO DE GORDO: A saga de Acapulco é superestimada

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As crianças provocam uma discussão para saber quem é o melhor mergulhador em “Os farofeiros, segunda parte – que na verdade é a terceira, isto será explicado em breve”.

Voltei, gente. O Gordo. Aquele que fez várias postagens explicando o motivo das novas dublagens e levantando dados, tudo em nome da causa dos fãs. Depois de um bom tempo sem dar as caras por aqui – por culpa do SBT, obviamente, já que nestes últimos meses as exibições de “Chaves” e “Chapolin” têm sido deprimentes, no caso de “Chapolin” nem sequer há exibições! – aproveito a exibição de hoje (03/08) de “Acapulco” para dar uma palavra. Quero deixar claro que aqui me refiro única e exclusivamente à saga de “Chaves” gravada em Acapulco, deixando de lado o episódio do “Chapolin”.

Pelo título, você, leitor, deve estar se perguntando: “esse cara é maluco, como pode não gostar de Acapulco?”. Eu não disse que eu não gosto da saga de Acapulco. Sim, ela tem seus momentos marcantes, como a canção “Boa Noite Vizinhança” no final e o fato de ter sido gravada numa praia contribui ainda mais para que essa trilogia fique marcada em nossa memória.

DETALHES TÉCNICOS

A primeira parte da saga foi dublada em 1988, e as duas últimas em 1990. Isto explica porque os títulos das partes são “Vamos todos a Acapulco“, “Os farofeiros” e “Os farofeiros, segunda parte“, na ordem. Isto também explica o motivo da troca entre “Acapulco” e “Guarujá” por parte da dublagem – que o SBT está se dobrando para cortar ao máximo estes trechos nas últimas exibições sem necessidade alguma.

Uma curiosidade é que, embora seja espalhada aos quatro ventos uma informação de que “Acapulco” seria o último episódio gravado com Carlos Villagrán e que “Boa Noite Vizinhança” seja uma homenagem, é bom lembrar que entre a saga de “Acapulco” (1977) e o primeiro episódio sem o Quico (“Vamos ao cinema?“, 1979) existem mais de cinquenta episódios. O motivo desta confusão é fácil de entender: no México, lá nas primeiras exibições da série, no final de 1978 e início de 1979, a saga de Acapulco, inicialmente exibida em 1977, foi reprisada. E o episódio seguinte à essa reprise já não tinha mais o Quico: o que causou a confusão.

HISTÓRIA

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Dona Clotilde empresta suas malas para seu fofuxo, revelando intenções de acompanhá-lo na viagem a Acapulco, mas Seu Madruga ainda nem sabe se ganhou ou não no sorteio em “Vamos todos a Acapulco”.

O primeiro pedaço da história, com a bola do Chaves e tudo, é mero reaproveitamento de roteiro de dois episódios: “O professor apaixonado” (1977, do mesmo ano de “Acapulco”), e “Um triângulo amoroso” (1974, primeira versão do episódio mencionado anteriormente).

Porém, a história muda de rumo quando da visita do Professor Girafales à casa de Seu Madruga para falar de um objeto no qual Chiquinha apoderou-se na escola: um objeto para limpar pratas. Seu Madruga, desconfiado após o Professor afirmar que o tal objeto poderia ter aparecido nas mãos da Chiquinha por fruto de um roubo. Seu Madruga, indignado, procura seus “vinte mangos”, com o objetivo de mostrar para o Professor que sua filha não era uma ladra, mas estava enganado.

Com o desenrolar da história, descobre-se que a Chiquinha teria pego o dinheiro para comprar o tal produto com a justificativa de que na compra de um daqueles, seria entregue um bilhete para um sorteio, que consistia na viagem à Acapulco para duas pessoas com todas as despesas pagas.

A novidade se espalha na vila como um incêndio e Seu Madruga acaba ganhando o sorteio – o que revela que o episódio tem uma premissa bastante clichê: ganhar na loteria.

Todos na vila acabam indo para Acapulco – convém destacar que a única que lembrou que o Chaves ficaria sozinho foi a Chiquinha. Porém, Seu Barriga descobre que todos os seus inquilinos (incluindo o Seu Madruga – que levou a Chiquinha!) foram para Acapulco e decide que também tiraria férias, mas vê que Chaves ficaria sozinho e decide levar o garoto com ele.

Chegando no hotel, a mesma premissa de sempre.

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“Um velho gordo que tem um cortiço em São Paulo e que…”, cena de “Os farofeiros” que ocorre logo após a Chiquinha descobrir que o Chaves também foi para Acapulco, acompanhado do Sr. Barriga.

Dezenas de trapalhadas ao desenrolar da história. Seu Madruga descobre que Seu Barriga veio a Acapulco e pensa que este foi para lá apenas com o intuito de “estragar suas férias” e o seguiu simplesmente para cobrar-lhe “catorze miseráveis meses de aluguel”; Chaves destrói a mesa de jantar, inferniza a vida de várias pessoas mas no final do episódio é executada uma canção melancólica e justamente por tal característica ficou conhecida. “Boa Noite, Vizinhança”.

Inclusive, se quiser conferir o clipe completo – com créditos e tudo – aqui o tem:

ANÁLISE GERAL

O episódio, num geral, contém boas piadas. A clássica citação da Maitê Proença, da “moça bonita…”, do “e te agarro assim pela cabeça e te jooj – este último virou mania entre os poopers do Youtube, mas não vem ao caso -, daquele mergulho do Quico e do visor de mergulho que o mesmo esqueceu na cara.

Porém, o roteiro do episódio em si não tem nada que justifique o seu status de “o melhor episódio do Chaves”, mas a ousadia de filmar um episódio com todo o elenco da vila indo a Acapulco contribuiu para isto. Pode-se realmente considerar um episódio especial, já que pouquississississímas vezes os episódios eram gravados fora da vila.

Todos os episódios, repetindo, todos os episódios tem alguma frase ou citação especial. Se alguém te fala do episódio do Madruguinha, você lembra da salada “com vinagre e não com cachaça” e do bendito regador, se alguém te fala do episódio do Seu Madruga sapateiro, já te vem à cabeça que “a vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena”. Se alguém te fala do episódio da catapora – este cheio de situações engraçadas e inclusive merecia um destaque muito maior – você automaticamente o associa às frases “que culpa é essa, gatinha”; “mexe que mexe”; “eu queria pegar e no entanto fui o único que não pegou”. Se alguém te fala do episódio das novas vizinhas, daí você sente vontade de fazer um terremoto com alguém e… melhor parar por aqui.

São situações mais do que clássicas que se repetem nos episódios que foram gravados na vila e o melhor de tudo é que, nesta visão, Acapulco é enxergado como um episódio que não tem nada de especial além de ter sido gravado numa praia. O episódio é bom, sim. Tem piadas boas e isso contribui para seu status de clássico. Mas não deveria ser colocado num pedestal avaliando por critérios técnicos e sim pelo roteiro.

CONCLUSÃO

Qualquer pessoa brasileira que já tenha visto alguma obra de Chespirito automaticamente associa Acapulco aos episódios gravados em Acapulco e isso é fato. Inclusive, é o primeiro episódio que vem na cabeça de muitos quando o assunto é “Chaves” ou “Chapolin” (mesmo que haja quadros gravados em Cancún dentro do Programa Chespirito, mas, novamente, não vem ao caso).

Enfim, o melhor modo para se julgar se um episódio é bom ou não é de acordo com o seu critério. Gosto é gosto, cada pessoa tem seus gostos e seus critérios diferentes e é daí que surge uma das características primordiais que evoluímos dos nossos ancestrais, os chimpanzés: a criatividade.

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